Gostava de partilhar convosco mais um intrigante episódio da fútil vida dessa tão nobre personagem que foi Sturu.
Contam as crónicas que certo dia, enquanto Sturu deambulava por uma remota aldeola na Polinésia Francesa, terá parado num tasco para petiscar qualquer coisa. A larica consumia-o de tal forma que a simples imagem mental de uma sandocha de frango fazia com que salivasse abusivamente a ponto da baba escorrer queixo abaixo. Chegado ao balcão, Sturu pergunta ao obeso empregado:
- Fazem sandes?!
- Fazemos sim senhor. Mas só de queijo ou atum. - responde o empregado coçando a virilha com o indicador direito.
- Então pode ser de frango, e um jarrinho de tinto, por favor.
A parvoíce é uma coisa fabulosa, não é? "Então pode ser de frango"! A sua ignóbil casmurrice é deveras inspiradora! E reparem: "Então pode ser..." o desafiador conformismo, como quem diz "Oh, então pode ser disto...". Fantasticamente estapafúrdio!
Os pormenores quanto ao desfecho do diálogo não são muito claros, mas supõem-se que Sturu teve de se contentar com um simples naco de pão bolorento e queijo bichento. São as vicissitudes da vida de um viajante. Mas que quereria ele dizer com "e um jarrinho de tinto". É aqui que a nossa atenção deve ser focada, pois ainda não sabia se havia vinho tinto ou não, nem sequer se havia jarrinhos! E porquê tinto? Não poderia ser suminho de laranja? Decerto que sim, então porquê o tinto? Mas dissecar isso levar-nos-ia por caminhos demasiado longos e tortuosos para percorermos agora.
Espero que os tenha inspirado e que a Conversa Parva flua em vós como flui em mim!