NÚMERO DEZ
Custou mas foi. Finalmente, o número dez d'A Porta do Cavalo lá foi publicado. Um parto dificl, sem dúvida, muito por culpa minha, mãe de direito, mas também por culpa vossa que não participaram, exceptuando dois louváveis parteiros blogosféricos que mais tarde receberão a merecida Medalha de Louvor. Mas vamos ao que interessa. O Abrupto.
Publicado por um tal de José Pacheco Pereira, o dito blog, é um dos mais visitados da blogosfera, principalmente por quem gosta de estar informado sobre tudo o que se passa em Portugal, e no Mundo, no que concerne a política e sociologia. O quê? O blog não fala disso? Fala pois. Bem, o JPP raramente escreve sobre esse tipo de assuntos, é mais o público e O Público, mas há que ver que o trabalho do homem é discutir sobre essas coisas, logo é normal que na blogosfera deixe esses temas enfadonhos mais livres para serem abordados por leitores e por outros opinadores mais inspirados (e menos sobrecarregados). Isto, claro, faz sentido se o autor em causa for o mesmo Pacheco Pereira que todos conhecemos, da televisão, das revistas e dos jornais. E, sinceramente, acredito que seja. Imaginam outra pessoa que seja capaz de nos brindar com aquelas pérolas de sabedoria que saem da pseudo-rúbrica "Retratos do Trabalho em..."? Oh, que magnificiência ver uma senhora bucolicamente limpando folhas caídas nas margens do Tâmega! Oh, que inspiração sinto cada vez que olho para dois operários no topo de uma grua em Tavira montando-a obstinadamente ao lusco-fusco! Oh, que dizer então da tímida vendedora de castanhas de Óbidos e do seu anafado colega que vende umas coisas quaisquer por dois euros!
(suspiro, enquanto contemplo o infinito com olhos marejados de lágrimas prontas a correr fuças abaixo)
Outra coisa que me faz visitar JPP todos os dias é a poesia. E não são pérolas que vejo naquele blog. São autênticos diamantes. Não fosse Pacheco Pereira nunca conheceria nomes como Anthony Hecht, Stephen Crane ou mesmo Aloysius Bertrand. A bem da verdade, ainda hoje não conheço, mas quando, e se, os voltar a ver digo logo "Ah, esse gajo... Já apareceu no Abrupto... É muito bom".
(nota a mim mesmo: de vez em quando publicar excertos de poemas de gente desconhecida, só para dar a ideia que o pessoal daqui também lê coisas eruditas)
E depois desta desajeitada, superficial, mas sentida, análise fico sem perceber como é que pode haver por aí gente que goza à fartazana com o Abrupto. Não percebo, juro que não percebo. Ainda para mais, todos gozam e escarnecem, mas todos têm o Abrupto na barra de links. Porque será? Ganhem juízo, rapazes e raparigas! Deixem crescer a barba e comam livros de poesia independente ao pequeno almoço e de política contemporânea ao almoço. E depois, ao jantar, façam como o Pacheco: vomitem tudo o que ingeriram e inpinjam a vossa maravilhosa tortilha político-poético-maçadora a quem vos aparecer pela frente e qualquer dia, meus amigos e minhas amigas, qualquer dia o Mundo será um lugar habitável. E aborrecido como o camandro!
Publicado por um tal de José Pacheco Pereira, o dito blog, é um dos mais visitados da blogosfera, principalmente por quem gosta de estar informado sobre tudo o que se passa em Portugal, e no Mundo, no que concerne a política e sociologia. O quê? O blog não fala disso? Fala pois. Bem, o JPP raramente escreve sobre esse tipo de assuntos, é mais o público e O Público, mas há que ver que o trabalho do homem é discutir sobre essas coisas, logo é normal que na blogosfera deixe esses temas enfadonhos mais livres para serem abordados por leitores e por outros opinadores mais inspirados (e menos sobrecarregados). Isto, claro, faz sentido se o autor em causa for o mesmo Pacheco Pereira que todos conhecemos, da televisão, das revistas e dos jornais. E, sinceramente, acredito que seja. Imaginam outra pessoa que seja capaz de nos brindar com aquelas pérolas de sabedoria que saem da pseudo-rúbrica "Retratos do Trabalho em..."? Oh, que magnificiência ver uma senhora bucolicamente limpando folhas caídas nas margens do Tâmega! Oh, que inspiração sinto cada vez que olho para dois operários no topo de uma grua em Tavira montando-a obstinadamente ao lusco-fusco! Oh, que dizer então da tímida vendedora de castanhas de Óbidos e do seu anafado colega que vende umas coisas quaisquer por dois euros!
(suspiro, enquanto contemplo o infinito com olhos marejados de lágrimas prontas a correr fuças abaixo)
Outra coisa que me faz visitar JPP todos os dias é a poesia. E não são pérolas que vejo naquele blog. São autênticos diamantes. Não fosse Pacheco Pereira nunca conheceria nomes como Anthony Hecht, Stephen Crane ou mesmo Aloysius Bertrand. A bem da verdade, ainda hoje não conheço, mas quando, e se, os voltar a ver digo logo "Ah, esse gajo... Já apareceu no Abrupto... É muito bom".
(nota a mim mesmo: de vez em quando publicar excertos de poemas de gente desconhecida, só para dar a ideia que o pessoal daqui também lê coisas eruditas)
E depois desta desajeitada, superficial, mas sentida, análise fico sem perceber como é que pode haver por aí gente que goza à fartazana com o Abrupto. Não percebo, juro que não percebo. Ainda para mais, todos gozam e escarnecem, mas todos têm o Abrupto na barra de links. Porque será? Ganhem juízo, rapazes e raparigas! Deixem crescer a barba e comam livros de poesia independente ao pequeno almoço e de política contemporânea ao almoço. E depois, ao jantar, façam como o Pacheco: vomitem tudo o que ingeriram e inpinjam a vossa maravilhosa tortilha político-poético-maçadora a quem vos aparecer pela frente e qualquer dia, meus amigos e minhas amigas, qualquer dia o Mundo será um lugar habitável. E aborrecido como o camandro!