O fato de gala de Bono
Mesquinho: adj., pobre; mísero; infeliz; acanhado; sovina; avarento; enfezado; s. m., indivíduo desgraçado; homem avarento.
É isto que no fundo somos.
Já não é, nem a primeira, nem a segunda vez que vejo alguém insurgir-se contra a indumentária que Bono Vox trajou aquando da sua condecoração por Jorge Sampaio. Lá porque o jovem calçava umas botas de pele de não-sei-quê, vestia um casaco não-sei-como, e um chapéu à caubói, anda aí meio Portugal a acusá-lo de nos ridicularizar. Pois eu digo-vos, eu cá não me senti nada ridicularizado. Senti-me orgulhoso por saber que há pessoas no meu país que reconhecem o trabalho de alguém que usa a fama que granjeou em proveito dos mais desfavorecidos. Quanto a isso, não lhe podem apontar um único dedo. Quanto ao modo de vestir: já alguma vez viram o Bono sem aquele tipo de vestuário?! Aquelas roupas não são dele, são ele próprio! Tal como é impensável ver o Papa sem aquela batina branca, é impensável (ou deveria ser) ver Bono sem aquela vestimenta! Sampaio interrompeu as férias para lhe pregar uma medalha ao peito? Claro que sim, faz todo o sentido. Houvesse mais políticos assim, capazes de interromper as férias por "picuinhices" dessas! Tem defeitos? Com certeza. É humano. A verdade é que Bono conquistou a confiança e o respeito de muita, muita gente. Hoje em dia é visto como um mensageiro da paz, embaixador da solidariedade, portador de uma mensagem globalmente importante que tem salvo vidas. Um segundo Papa. Eu não sou fã do homem nem da banda mas tenho que reconhecer que infelizmente há poucos como ele.
Oxalá nunca venhamos a precisar da palavra daquele "puto reguila". Mas já vi isso mais longe.