Pode ser saudade... Ou não!
Pelo meu poeirento calendário sei que vem aí outro ano lectivo. Oh, como eu me lembro... A ansiedade para comprar a mochila nova e enchê-la com o monte de cadernos e lápis que tinham sobrado do ano anterior, juntamente com a borracha Pelikan novinha em folha e os marcadores Molin. A enorme vontade de ver se os parvalhões da turma ainda estavam na mesma... E depois cresci. Depois, os livros e os cadernos deixaram de interessar, mas a ansiedade por ver quantas gajas novas tem a turma era quase um sufoco (e mais tarde uma desilusão). Uns anos depois e estamos perto do desespero, ansiosos pela chegada da Semana do Caloiro e pela Queima das Fitas. Copos e gajas. Muitas gajas. Mais uns aninhos, já com uns trinta de idade, chega esta altura e é a mesma coisa... A ansiedade, a correria, o desespero... Tudo para saber se vamos ter colocação nas listas este ano ou vamos continuar a lavar pratos no café do senhor João.
Ninguém disse que a vida de professor em Portugal ia ser pêra doce. Foi por isso que saltei da faculdade directamente para o café do senhor João. Aquela ansiedade toda andava a rebentar-me com as úlceras!
Ninguém disse que a vida de professor em Portugal ia ser pêra doce. Foi por isso que saltei da faculdade directamente para o café do senhor João. Aquela ansiedade toda andava a rebentar-me com as úlceras!