No Dia Dos Animais, O Melhor Português de Sempre!
António Fiuza, Presidente demissionário do Gil Vicente. Ele é, sem sombra de dúvida, o símbolo de Portugal. Figura bacoca com arzinho petulante e careca luzidia, de ideias fixas e discurso obstinado, este homem faz-me lembrar aquele ministro iraquiano que dizia que os americanos estavam a retirar de Bagdad, enquanto estes mesmos americanos derrubavam uma estátua de Saddam Hussein mesmo no centro da capital iraquiana. Uma caricatura viva, portanto. Durante semanas António Fiuza entrou-nos pela casa adentro desferindo golpes atrás de golpes, chamando toda a gente de prepotentes, mafiosos, conspiradores e incompetentes, aliás, a única pessoa a quem ele não chamou incompetente foi à sua mãezinha, coitadinha, e essa talvez até tenha algumas culpas no cartório, não no Caso Mateus, mas quando deu à luz esta maravilhosa prendinha que é o Fiuza. Ainda assim, muito obrigado, senhora, pois sem o seu filho isto teria muito menos piada. E agora tenho pena dele, coitado. Nunca mais apareceu com aquele sotaque de quem guarda cabras em Trás-Os-Montes a soltar impropérios e acusações como se não houvesse amanhã. Tenho saudades. Dizem as más linguas que se refugiou nas montanhas depois dos aldeões terem movido uma furiosa perseguição, qual Frankenstein, com archotes, foices e forquilhas em riste. Que injustiça. Mas o tempo há-de te dar valor, acredita Fiuza.