Objectivo de vida.
Taberna cheia. Gargantas bem hidratadas soltam gritos, cânticos e gargalhadas. Cerveja entornada no chão, vitima da alegria desmesurada do seu portador, cola-se aos sapatos, tornando cada passo ainda mais dificil de dar. Acotovelam-se bezanas ao balcão, verdadeiras obras de arte do grotesco com as suas expressões pitorescas e olhar esgazeado, e no entanto feliz. Elisiário Nunes, mestre tasqueiro, não tem mãos a medir a tentar acudir a tanta boca sedenta da preciosa cevada fermentada. No meio da ensurdecedora cacofonia, o mais bêbedo do tasco, encostado à máquina de brindes, levanta-se do aparente sono profundo e grita a plenos pulmões: "Ó Lusiário, prepara os potes que vai chover vinho!" Pouco depois, lá vinha o Ti Lusiário de balde e esfregona em riste... É para estes momentos que vivo. A sério.