O Porquê.
Ontem perguntaram-me porque raio é que eu não saía do desterro onde vivo e ía viver para uma cidade grande, onde há empregos melhores que o meu, mais dinheiro, mais gajas, mais cultura, mais tudo. Eu respondi fazendo uso da minha fabulosa inteligência e da mais rebuscada argúcia: encolhendo os ombros. No entanto hoje, fez-se Luz. Hoje, finalmente descobri o porquê desta minha penosa estadia em tão ermo e desolado lugar. Perto da minha cabana descobri uma tabuleta, meio comida por líquenes e a outra metade tapada por balsas, que diz somente isto: Rota dos Vinhos do Alentejo.