(Anti) Mainstreaming
Quem me conhece sabe de antemão que é mais fácil encontrar um duende nos sapatos do que eu me irritar, no entanto há coisas pelas quais nutro um certo ódio visceral e que quase me fazem espumar da boca. São as coisas que ponho na "caixa dos ódios viscerais". E uma dessas coisas são as modas. Estejam elas ligadas ao vestuário, música, literatura, frases feitas, etc. Detesto o "mainstream", e os otários que o promovem e detesto os pseudo-intelectuais que julgam que o "anti-mainstream" é que é bom. Destesto a enormidade de utilizadores dos relógios Swatch (aqueles fluorescentes de tamanho XXXL) e detesto a hiperbólica quantidade de pessoas que veste t-shirts com números estampados. Não que desgoste das t-shirts em si, mas com tantos números que já vi, como é que vou encontrar um que não esteja utilizado?! Detesto o tipo de pessoas que compra o Código Da Vinci porque está no top de vendas e detesto o outro tipo de pessoas que compra Walt Whitman só para andar com ele debaixo do braço. Detesto o tipo de pessoas que passa o dia a dizer "o que tu queres sei eu" e aquele outro tipo de pessoas que distribui a frase "isso é ganda volta" a torto e a direito. Esse conformismo consentido, e muitas vezes exacerbado, faz com que as minhas úlceras dêem sinal vida. Mas também sei que essas pessoas que caem na falácia da padronização não têem a culpa. Essa é dos média e da globalização que proclamam de forma relativamente encapotada a uniformização como pré-requisito anti-foleirice. "Usa um relógio fluorescente e salva a tua alma, meu filho".
Pois é. Ainda há românticos que acreditam que um individuo vale pelo que é e por si só. Por isso proclamo eu: "Traça o teu próprio caminho e aponta para uma árvore. Se ninguém lá bateu antes de ti acelera. Essa ficará para sempre a tua árvore".