Epopeia Sturu - Parte I
Não sei se notaram mas os Arquivos Sturu têm estado aparentemente votados ao abandono. Mas tudo por uma boa causa. Eu, Quim Meano e Mestre empreendemos uma grandiosa odisseia em busca do esquivo Abílio Mata. Tudo começou quando recebemos, na nossa redacção, uma pista que dava conta de que o tipo estava algures no Tibete. Facto estranho, mas tratando-se do Sr. Mata, tudo é possivel. Fizemos as malinhas, reservámos um vôo charter num decrépito bimotor de 1942 e lá fomos. Depois de uma aterragem forçada num campo de milho no Chile, lá chegámos a Lhasa, capital do povo dos Himalaias. Perguntámos a um grupo de nativos, com um medonho cheiro a estrume, se sabiam do paradeiro do Homem-Que-Fala-Pelos-Cotovelos -E-Não-Diz-Nada-De-Jeito. Subitamente levantaram-se e começaram aos gritos "Abiliani Mai-Tai"... Sem dúvida estávamos na pista certa. Fenomenal. Abílio já havia conquistado a fama naquele inóspito lugarejo. Um senhor com um olho de vidro e espuma branca nos cantos da boca, e cujo nome não me atrevo a pronunciar, ofereceu-se prontamente para ser o nosso guia a troco de uma grade de minis que havíamos levado. Alugámos umas mulas meio-carecas e com cheiro a bacalhau, comprámos mantimentos e ao nascer do sol lá íamos direitinhos às colossais montanhas geladas. O guia explicou-nos que Abílio se encontrava num mosteiro budista encravado no sopé de uma montanha sagrada, rodeado de verdejantes prados, frondosas árvores de fruto e refrescantes riachos repletos de pequenas cascatas. "Que raio de sítio para viver!"- disse eu, para com o meu fecho eclair (tenho para mim que falar com os botões é coisa de esquizofrénicos).
To be continued...
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